© Joana Linda

Don’t Look Back

Sagmeister & Walsh

Esta dupla desenhou um sexteto com o nome DON’T LOOK BACK em pedra de tonalidade escura embutida em feltro grosso branco. Numa alusão aos ecrãs pretos das televisões, dos tablets e dos smartphones e à série de culto “Black Mirror”, estas obras interrogam-nos sobre a capacidade de reflectirmos sobre o que queremos e somos, sobre a nossa relação com o presente, o passado e o futuro, numa tentativa de definirmos qual a mais importante dimensão em que nos devemos focar. A combinação entre o feltro branco macio e opaco, e a rigidez da pedra escura polida, cria um enorme contraste e sensação de profundidade que realça a força e a presença destas peças.

 

Don’t Look Back, por Sagmeister & Walsh

“Devemos concentrar-nos no nosso passado, no nosso presente ou no nosso futuro?

Acreditamos que existem noções que são apreendidas do nosso passado. No entanto, quando comparamos as nossas experiências vindas de uma situação particular com as experiências dos outros, as memórias que temos parecem-nos incompletas e baças. O preto da pedra Ruivina Escuro dos espelhos que envolvem cada aspecto das nossas vidas reflecte essas ocorrências. A pedra cria apenas uma imagem parcial, escurecida pela tonalidade e dividida pelos veios.

É melhor olhar para a frente? Os nossos cérebros estão particularmente mal equipados face à previsão do que é bom para nós no futuro. O planeamento ocorre em primeiro lugar no córtex frontal, a parte mais nova e menos experiente de nosso cérebro. No contexto da escolha da profissão, o psicólogo Daniel Gilbert, de Harvard, acredita que é melhor conversarmos com estranhos que a exerçam do que nos imaginarmos a exercê-la. As pedras são espelhos negros [black mirrors], sinónimos para os écrans negros das televisões, computadores ou telemóveis, e uma referência à série de televisão do mesmo nome [Black Mirror].

Isto deixa o agora.