Pedras Parideiras
Quando das Pedras nascem Pedras
23.11.2016Na zona de Arouca, nas imediações do lugar da Castanheira, em plena Serra da Freita, um grande bloco rochoso, com cerca de 1.000 x 600 metros, presenteia-nos com outras pedras mais pequenas.
Pedras Parideiras é o nome dado a este fenómeno de granitização, único no país e raríssimo no mundo inteiro. Para além de Portugal, apenas há conhecimento da existência deste fenómeno geológico numa zona próxima de São Petersburgo, na Rússia.
Esta “pedra-mãe”, que data de há mais de 280 milhões de anos, é um afloramento granítico onde estão incrustados pequenos nódulos em forma de discos biconvexos e que têm entre 2 e 12cm. Oscilações térmicas ou os efeitos da erosão fazem com que esses nódulos sejam libertados da rocha-mãe e se espalhem à sua volta, deixando marcado nela o seu vazio, em baixo-relevo. Estas pequenas “pedras-paridas” são compostas pelos mesmos elementos mineralógicos do granito, a camada externa é composta por biotite (mineral de aspecto escuro e brilho metálico) e a interna possui um núcleo de quartzo e feldspato potássico.
Nesta região portuguesa, as Pedras Parideiras simbolizam a fertilidade na tradição ancestral. As populações locais creem que o colocar de uma das pequenas pedras-filhas debaixo da almofada de dormir, pode aumentar a fertilidade.
O fenómeno não está completamente explicado cientificamente e por isso levanta grande curiosidade e até crenças locais. Na Castanheira, a Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação, aberta ao público em 2012, faz a contextualização geológica e pedagógica do fenómeno, e organiza visitas ao local.