Jorge Silva desenvolveu um conjunto de 3 peças com o nome PICTORAMA, com base na cultura visual da sinalética e dos pictogramas. Habitualmente utilizados, neste momento, em suportes de comunicação maioritariamente efémeros, como vinil ou outros polímeros, a sua utilização em painéis de pedra traz-lhes um outro contexto e significado. Silva acrescenta ainda uma outra dimensão, que transmite uma sensação ilusória de movimento, através do desenho de padrões criados com elementos básicos dos pictogramas.

Pictorama, por Jorge Silva

A proposta é baseada na apropriação, ou citação, de um sistema de comunicação gráfica, a sinalética, composto de signos sobejamente conhecidos, os pictogramas, na cultura visual contemporânea. Esta disciplina do design de comunicação, recorrente em meios urbanos, nunca teve um suporte fixo. Noutros tempos, a sinalização das localidades e da segurança rodoviária, pioneira dos sistemas de comunicação codificados, era feita em compósitos de origem mineral como o cimento.

Estes signos, multiplicados agora em composições originais, em materiais e escalas surpreendentes, oferecem, pela recontextualização, outras mensagens. Tal como a sinalética convencional, Pictorama pretende induzir ações e atitudes, com valores relacionados com a identidade, a partilha, e o progresso. A mais universal imagem dos sistemas de sinalética, a figura humana, é a protagonista das composições, em improváveis composições acrobáticas que conferem a Pictorama uma vertente lúdica, com um toque de humor, além de uma óbvia relação com o título do projeto Still Motion.

Apesar de o projeto revelar composições de proporções bem definidas e constantes, a fácil replicação do padrão base permite alterar e multiplicar o formato standard apresentado, podendo ser aplicado em murais de dimensões generosas, na via pública ou em espaços comuns de grandes empresas.